Papel Cult

Melhores discos de 2019

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O ano de Kanye West prateado

A elaboração da lista segue o mesmo modelo dos anos anteriores: do top 100, escrevo um breve comentário sobre os 10 primeiros colocados, depois disso listo (sem enumerar) os discos que ainda considero bons ou acima da média – o que depende, obviamente, das notas que constam ao lado de cada título.

Posteriormente, faço uma lista de EPs, igualmente limitada ao número 100. Como de costume, as minhas listas não são definitivas, pois não trato crítica como sentença. Então, assim como posso ao longo dos próximos anos continuar adicionando novos álbuns, também posso retirá-los em outras revisitações, atualizando-a constantemente.

Nota: se por algum motivo ambas as listas não atingirem o número 100, elas ficarão com uma advertência até que isso ocorra gradativamente, sendo atualizadas regularmente.

No mais, um ótimo fim de ano a todos e boas festas. 🎅

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10. American Football – American Football

Eu gosto do impacto que existe na revisitação sob uma nova perspectiva, a sensação única e fortalecedora de fascínio que anteriormente não se revelava por completo. É como um assombro que surge diante do que até então já era premeditado, ou seja: uma dupla surpresa. Foi o que senti em 2016 no retorno do American Football, o primeiro deles, diante de um espanto inverso, sem carisma e repleto de estranhamento. Era como se todos os integrantes estivessem retornado àquela mesma casa misteriosa de janela cintilante, depois de anos, décadas de afastamento. O local, obviamente, já não era mais o mesmo. A mobília mudou, o chão, as paredes… tudo envelheceu. Nós envelhecemos, juntos nos modificamos. Pois nesse terceiro trabalho, o sentimento que fica é o de aprendizado com o regresso, com o tempo, a compreensão do que se perdeu nesse ciclo, mas acima de tudo, de que também é preciso partir. Tudo o que sobrou, do mais sensível ao mundano, é ainda mantido e resguardado, no mais afetivo carinho e primor. Sendo assim, a porta da casa pode ser finalmente aberta em despedida, e uma nova paisagem se revela: diferente, nebulosa, mas ainda graciosa como ela talvez jamais fora um dia.

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9. The Murder Capital – When I Have Fears

When I Have Fears pode, superficialmente, não transmitir uma imagem das mais otimistas, mas apesar de sua atmosfera soturna e melancólica, carregada em guitarras que sustentam o peso e a dor da angústia, ao término de tudo o disco acaba se revelando um exercício eficiente de potência, equilíbrio e resiliência. Dois eventos centrais permeiam a aura emotiva do álbum, sendo esses dois momentos representados pela perda: a morte da mãe de um dos membros da banda, e o suicídio de um amigo que era próximo ao grupo. A partir disso, o Murder Capital inicia um ato de revolta interna, de desconforto, um espírito latente de martírio e tormento, mas que busca nessa forma de desespero uma resolução cicatrizadora. When I Have Fears, antes de tudo, me parece um alívio de algo incontrolável, semelhante ao que Julian Casablancas realizou no disparate existencial de “Human Sadness”, achando nesse expelir do medo a sua real redenção e fuga.

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8. Eleni Karaindrou – Tous des oiseaux

Novo álbum da compositora grega Eleni Karaindrou, que ficou conhecida por compor trilhas sonoras para os filmes do cineasta Theo Angelopoulos. Tous des oiseaux, de certa forma, representa um retorno de Eleni ao mundo do cinema desde a morte de Theo, em 2012. Mas não é somente isso, as canções aqui criadas são inseridas em dois projetos distintos, diferentes em abordagem, mas semelhantes em conteúdo: uma peça do escritor libanês-canadense Wajdi Mouawad, que dá nome ao álbum; e Bomb, a Love Story, um filme do diretor iraniano Payman Maadi. Dividido em duas partes, Eleni rege Tous des oiseaux com a sensibilidade de uma rica e complexa paleta de cores e sentimentos, trazendo consigo alguns elementos regionais e os incorporando ao contexto das obras, para assim compor uma pintura preciosa, dialogando gentilmente com toda a complexidade étnica e cultural desses conflitos, e que apesar de todos os impasses, se revela na mais bela exuberância de seu próprio povo.

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7. Saba Alizadeh – Scattered Memories

Álbum de estréia do músico e compositor iraniano Saba Alizadeh, Scattered Memories é um trabalho ousado, e que estabelece um olhar contemporâneo entre o ocidente e o oriente, unindo os dois mundos onde tradicionalismo e modernidade se encontram em comunhão. Filho de Hossein Alizadeh, também músico e um dos nomes responsáveis pela preservação do radif, Saba transcende as limitações artísticas em um dos países mais repressivos do mundo, e que justamente por conta dessa repressão, gera uma “revolta” pela mais pura graça e sensibilidade, algo que fica notável não só na música, mas principalmente no cinema e na poesia. E por mais que ainda carregue o seu aspecto clássico, Saba é habilidoso nessa sutileza de retrabalhar a textura, abordagem e sentimentos da arte persa, mantendo todo o mistério, leveza e complexidade de uma tapeçaria poética, os sons orientais que se adequam à produção ocidental, criando uma espécie de nova música do mundo que extrapola as fronteiras, as restrições primitivas dando lugar a mais singela cortesia e amorosidade.

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6. Hamilton de Holanda / Daniel Santiago / Edu Ribeiro / Thiago Espírito Santo – Harmonize

“A falta de integridade e o sentimento de que, como vem de americanos negros, o jazz não tem valor. Que os negros americanos devem sempre se fazer de bobos. O uso de linguagem negativa, o desrespeito às mulheres, mostram um nível mais baixo do que nós temos. Não reflete qual é a nossa posição na democracia. É uma engenharia reversa da metodologia. Fazemos coisas incríveis, mas querem que sejamos bobos. E eu nunca quis ser bobo, nem quando era criança. Cresci no Movimento dos Direitos Civis, levo isso muito a sério.

Muitas vezes, a separação vem de uma cultura que quer se dividir por raça e por cultura. Não vem do músico. O músico é um criador, isso é natural para ele. A música de Bach era muito natural para ele. Mas as obras, quando chegam ao mercado, viram uma propriedade. E, quando viram propriedade, um produto, é segregado pelo mercado, pelo o que os vendedores estão buscando. A música é a arte do mundo invisível. Tudo que é invisível, como pensamentos, sentimentos, memórias, sonhos, ideias… a música está aí.”

O comentário acima é um pequeno compilado do que Wynton Marsalis expôs nessa entrevista, e que diz praticamente tudo o que eu gostaria de falar, não só a respeito desse álbum, mas sobre o choro, o jazz… a música como um todo. O processo de criação, a história e a riqueza desses gêneros. No mais, um trabalho importante acima de tudo, e que involuntariamente dialoga com o momento, sendo um antídoto natural ao delírio, à discórdia e escuridão. Harmonize!

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5. Uboa – The Origin of My Depression

The Origin of My Depression, como o próprio título indica, se trata de um relato pessoal, um depoimento de Xandra Metcalfe, uma jovem transgênero, moradora de Melbourne, e que expõe sua luta particular contra a depressão. Diferente do disco do Murder Capital, infelizmente o que vemos aqui não parece próximo da redenção, de um expurgo sensitivo em revolta. Pelo contrário, é a mais pura expressão da brutalidade, do desespero humano. O ápice da insanidade. Não há filtros na fúria de Xandra, ela luta contra algo maior do que a sua própria carne, do que a sua própria mente. Uma procura dolorosa e indireta por auxílio que esbarra em sua própria consciência em chamas.

Xandra transmite a todo instante uma enorme sensação de vazio, mas de modo completamente ilógico. Ela nos inunda de hostilidade, de cólera em gritos de horror, como um revide diante do esgotamento. Seu sofrimento machuca o ouvinte pela força, pela veracidade, mas acima de tudo pela nossa impotência de ser um espectador sádico do apocalipse particular em um corpo ferido. Certamente o álbum mais intenso, visceral e arrebatador que escutei esse ano.

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4. Christian Scott aTunde Adjuah – Ancestral Recall

 “In its inception, Ancestral Recall was built as a map to de-colonialize sound; to challenge previously held misconceptions about some cultures of music; to codify a new folkloric tradition and begin the work of creating a national set of rhythms; rhythms rooted in the synergy between West African, First Nation, African Diaspora/Caribbean rhythms and their marriage to rhythmic templates found in trap music, alt-rock, and other modern forms. It is time we created a sound that dispels singular narratives of entire peoples and looks to finally represent the wealth of narratives found throughout the American experience. One that shows that all forms of expression in sound are valid, as all people are.”

– Christian Scott aTunde Adjuah

A exemplo de Harmonize, Ancestral Recall também possui um espírito unificador, mas o seu eixo criativo está no ritmo. O propósito parece, antes de tudo, conectar as pessoas pelo o que existe em comum na ancestralidade musical, e lembrá-las das tradições. A partir disso, Scott trabalha ritmos que vão da África Ocidental, Caribe e Nova Orleans, desde a era pré-colombiana, passando pelo século 19 até chegar na atualidade. O resultado é um resgate sonoro que mistura o sincretismo histórico à excelência instrumental e rítmica, na mente produtiva e engenhosa de um músico que cada vez mais sabe como delinear o seu caminho.

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3. Chasms – The Mirage

Chasms tem quase que um efeito anestésico em toda sua frieza celestial, a suposta tranquilidade inebriante acaba escondendo algumas ameaças impiedosas, lampejos de advertência que vão se revelando aos poucos, em pequenos perigos escondidos na sua aparente serenidade. Toda a doçura ríspida do shoegaze se mistura ao maquinário sólido de sua batida seca, ecoando a todo instante como se estivéssemos, gradativamente, adentrando uma gruta em meio ao mistério do nevoeiro, criando um cenário propício à agressividade posterior que Chasms apresenta, onde finalmente abandona a dissimulação no ataque súbito de uma estalactite perfurante. Mas sua investida é acidental, o vocal introspectivo já era o ponto de partida: ele amortece o corpo como uma presa, até petrificá-lo, para só então decidir nos roubar a alma.

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2. Drab Majesty – Modern Mirror

Modern Mirror surge a partir de uma viagem que o duo Drab Majesty fez à Atenas, o álbum é uma espécie de reformulação contemporânea de Narciso na abordagem do poeta Ovídio, e que se popularizou através de sua obra Metamorfoses. O clássico conta a famosa história do caçador Narciso, da região de Beócia. Que um profeta teria dito para sua mãe que o menino seria extremamente belo, e que poderia viver durante muitos anos, desde que ele nunca admirasse a sua própria beleza. Se o fizesse, e conhecesse a si próprio, uma maldição seria lançada e lhe causaria a morte.

Ouvindo Modern Mirror, a impressão que fica é a de uma alusão indireta ao mito grego, se sobressaindo de forma distinta e menos objetiva. Todas as canções causam algum efeito hipnótico semelhante a maldição de Narciso. A repetição é incessante aqui, mas ela não martiriza, pelo contrário, do início ao fim é como se estivéssemos completamente seduzidos já na primeira canção, na primeira entrega. A partir disso, a reprodução é levada ao extremo, até o ultimato de contemplação nesse mergulho inicial. Há quase que uma imposição reflexiva dentro de uma atmosfera única, que acha o seu ponto de partida e o explora até atingir a plenitude. Embora não seja necessariamente um trabalho inovador, Modern Mirror surpreende, ele reproduz com singularidade toda a graça e competência no arquétipo da perfeição.

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1. Misogi – Blood Moon Underworld

“Na prática do Misogi nós vibramos pra limpar o corpo. O que fazemos é verdadeiramente nos purificarmos, afastando os pensamentos maldosos e deixando a cabeça livre, o coração livre e o espirito livre também.

A energia que vem da Terra, o magma, é a força vital do nosso planeta que emana do centro e chega até a superfície em forma de gás ou vapor. Essa é a força que recebemos, que atravessa o nosso corpo e se move acima da nossa cabeça e se mistura com a energia do Céu. Quando essa força retorna, transforma o nosso corpo, por vir de uma dimensão mais alta.

Nós nos encontramos na terceira dimensão, na segunda dimensão vivem os insetos e pequenos seres, acima de nós estão a quarta, quinta, sexta, sétima, oitava, nona e a alta dimensão. Esse é um conceito do Xintoísmo. E segundo esses preceitos nós expressamos nossa gratidão com gestos e com rituais que envolvem o nosso corpo todo, não com pensamentos ou palavras. […] O processo de purificação nos afasta das más intenções que nos são dirigidas. O corpo purificado não permite a entrada de qualquer mal. Em outras doutrinas isso é chamado de Proteção.”

Eu tenho um certo fascínio por obras que abordam os dilemas mais mundanos, essencialmente quando eles se concentram em determinado momento de nossa existência. Na infância, adolescência, idade adulta ou velhice. Essas obras podem proporcionar tanto o fantasioso, o onírico, quanto o que é banal e terreno. Tudo depende do questionamento. É ainda mais interessante observar essas questões sob uma perspectiva distante, que nos possibilite uma compreensão do todo, e não do estágio limitado e seus detalhes comuns. Tudo parece ser mais intenso sob o prisma particular do momento, há uma carga maior de sentimento que proporciona uma entrega entre a inquietude e libertação.

Na infância, isso parece ser menor. A falta de discernimento e autoconsciência parecem nos privar da dor, os dilemas normalmente se resumem ao lúdico, numa estranha apatheia involuntária. Talvez por isso seja tão comum a romantização da infância em obras que abordam o tema de modo quase sempre que nostálgico. É um período de esquecimento, onde se vive sem amarras ou maiores preocupações. A adolescência, porém, é o oposto. É a intensidade do que parece efêmero. As emoções se afloram, intensificam… tudo parece maior do que a sua real importância. Diante disso, o céu e o abismo são igualmente imagináveis. O rompimento surge na progressão física do que é sensível, um intervalo que não tem o seu ponto específico. De repente, surge. Ele está ali, uma obrigação. Depois, é uma terapia regressiva, o saldo do que foi realizado, mas acima de tudo experimentado.

Blood Moon Underworld é aquele recorte do meio, ainda ingênuo, frágil, no ardor das possibilidades. E profundamente belo por isso. Novamente, o universo e o mistério caminham em sintonia, na erupção do que é cotidiano – e o que de fato importa. As grandes obras, em sua maioria, carregam sempre esse espírito de jovialidade. Do punk ao grunge, do hardcore ao shoegaze, ele sempre está lá. Pois nesse disco, Misogi resgata essa força imaterial, na ascensão e queda do que, aparentemente, foi o último grande alarde juvenil, e que melhor soube trabalhar esses questionamentos mais uma vez. Na proteção do que se observa de longe, no profano que exala graça genuína, na música que faz vibrar o corpo e o despoluir. A purificação que livra a cabeça, o coração e o espírito.

[Lista completa com a capa dos discos]

Top 100

  1. Misogi – Blood Moon Underworld (9.9)
  2. Drab Majesty – Modern Mirror (9.9)
  3. Chasms – The Mirage (9.9)
  4. Christian Scott aTunde Adjuah – Ancestral Recall (9.7)
  5. Uboa – The Origin of My Depression (9.5)
  6. Hamilton de Holanda / Daniel Santiago / Edu Ribeiro / Thiago Espírito Santo – Harmonize (9.5)
  7. Saba Alizadeh – Scattered Memories (9.5)
  8. Eleni Karaindrou – Tous des oiseaux (9.5)
  9. The Murder Capital – When I Have Fears (9.5)
  10. American Football – American Football (9.5)
  11. Black Marble – Bigger Than Life (9.5)
  12. Bethany Curve – Murder! (9.5)
  13. La Risonanza / Fabio Bonizzoni – Harpsichord Concertos Vol. 2 (9.5)
  14. Kai Whiston – No World As Good As Mine (9.0)
  15. CHRISTWVRKS – Teeth Fall From the Open Eye (9.0)
  16. Centrum – För meditation (9.0)
  17. Boduf Songs – Abyss Versions (9.0)
  18. Lirtugy – H.A.Q.Q. (9.0)
  19. OKADA – Life Is But an Empty Dream (9.0)
  20. Boy Harsher – Careful (9.0)
  21. Kollaps – Mechanical Christ (9.0)
  22. Bruno Sanches – Do barroco às barrancas do rio (9.0)
  23. Won-Sook Hur – Goldberg Variations (9.0)
  24. Babadag – Šulinys (8.9)
  25. The Chi Factory – The Mantra Recordings (8.9)
  26. Thamires Tannous – Canto-correnteza (8.9)
  27. Nazaré Pereira – Meus caminhos, meu destino (8.9)
  28. Virgínia Rodrigues – Cada voz é uma mulher (8.9)
  29. sonder – Plainsongs for Bunmak Interim (8.9)
  30. Iconili – Quintais (8.9)
  31. Falaise – A Place I Don’t Belong To (8.9)
  32. Thank You Scientist – Terraformer (8.9)
  33. Nathan Micay – Blue Spring (8.9)
  34. Kim Gordon – No Home Record (8.9)
  35. Strand of Oaks – Eraserland (8.9)
  36. Grupo Ofa – Obatalá – Uma homenagem à Mãe Carmen (8.9)
  37. Maria Bethânia – Mangueira – A menina dos meus olhos (8.9)
  38. Ride – This Is Not a Safe Place (8.9)
  39. Drowse – Light Mirror (8.8)
  40. Pharmakon – Devour (8.7)
  41. Coldplay – Everyday Life (8.5)
  42. The Drowned God – I’ll Always Be the Same (8.5)
  43. Xiu Xiu – Girl With Basket of Fruit (8.5)
  44. A Secret Revealed – Sacrifices (8.5)
  45. Ustad Saami – God Is Not a Terrorist (8.5)
  46. fulusu – 二辺を別つ声 (The Voice Between Us) (8.5)
  47. MSYLMA – Dhil-un Taht Shajarat Al-Zaqum (8.5)
  48. Sadness – I Want to Be There (8.5)
  49. Meira Asher – Pour en finir avec le jugement de Dieu (8.5)
  50. Harrga – Héroïques animaux de la misère (8.5)
  51. Omar Souleyman – Shlon (8.5)
  52. Misoshita – We Are Virtual (8.5)
  53. Two People – First Body (8.5)
  54. Advent Sorrow – Kali Yuga Crown (8.5)
  55. Pet Shop Boys – Inner Sanctum (8.5)
  56. lovelettertypewriter – Houses Built, Homes Destroyed (8.5)
  57. Blanck Mass – Animated Violence Mild (8.0)
  58. Holding Absence – Holding Absence (8.0)
  59. Soen – Lotus (8.0)
  60. Hejira – Thread of Gold (8.0)
  61. Sermon – Birth of the Marvellous (8.0)
  62. OLAM – I Will Guide Thy Hand (8.0)
  63. Old Sea Brigade – Ode to a Friend (8.0)
  64. Bat for Lashes – Lost Girls (8.0)
  65. ionnalee – Remember the Future (8.0)
  66. Diamondstein – Reflecting on a Dying Man (8.0)
  67. Lifafa – Jaago (8.0)
  68. Veronika Harcsa & Bálint Gyémánt – Shapeshifter (8.0)
  69. Downfall of Gaia – Ethic of Radical Finitude (8.0)
  70. Batushka – Hospodi (8.0)
  71. Maquinas – O cão de toda noite (8.0)
  72. El Altar del Holocausto – -I T- (8.0)
  73. Julian Lage / Gyan Riley / Bill Frisell – Nove cantici per Francesco d’Assisi (8.0)
  74. Autism – Have You Found Peace? (8.0)
  75. Castor’s Hollow – Shape and Void (8.0)
  76. Terceiro Olho de Marte – Herbarium parabolicae ou língua secreta das sementes (8.0)
  77. Nicola Cruz – Siku (8.0)
  78. Afonso Machado & Luiz Moura – Garçom, mais dois! (8.0)
  79. Jan Garbarek / The Hilliard Ensemble – Remember Me, My Dear (8.0)
  80. Maria Luiza Jobim – Casa branca (8.0)
  81. Dona Onete – Rebujo (8.0)
  82. Zé Paulo Becker – Semente chorojazz (8.0)
  83. Uboa & Solus Varak – The Absolute (8.0)
  84. Snarky Puppy – Immigrance (8.0)
  85. Skander – Harakat (8.0)
  86. Mountain Man – Sings John Denver (8.0)
  87. Thom Yorke – ANIMA (7.9)
  88. Copeland – Blushing (7.9)
  89. The Novembers – Angels (7.9)
  90. Lost Under Heaven – Love Hates What You Become (7.9)
  91. Haruomi Hosono – Hochono House (7.9)
  92. Lambchop – This (Is What I Wanted to Tell You) (7.9)
  93. Jards Macalé – Besta fera (7.9)
  94. Mayra Andrade – Manga (7.8)
  95. Khana Bierbood – Strangers From the Far East (7.8)
  96. Maurice Louca – Elephantine (7.8)
  97. Tanya Tagaq – Toothsayer (7.8)
  98. Bill Callahan – Shepherd in a Sheepskin Vest (7.8)
  99. Men I Trust – Oncle Jazz (7.8)
  100. Klone – Le grand voyage (7.8)

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Menções honrosas

Floating Points – Crush (7.8)

clipping. – There Existed an Addiction to Blood (7.8)

Counterparts – Nothing Left to Love (7.8)

Royal Coda – Compassion (7.8)

Mariana de Moraes – Brisa do mar (7.8)

Abacaxepa – Caroço (7.8)

Caroline Polachek – Pang (7.8)

Swans – Leaving Meaning (7.8)

Ry X – Unfurl (7.8)

Tim Hecker – Anoyo (7.8)

Bibio – Ribbons (7.8)

bvdub – Explosions in Slow Motion (7.8)

Maggie Rogers – Heard It in a Past Life (7.8)

The Twilight Sad – It Won/t Be Like This All the Time (7.8)

Lia de Itamaracá – Ciranda sem fim (7.8)

Clima – La commedia é finita (7.8)

Agenor de Oliveira, Mauro Santa Cecília & Rogério Batalha – Hoje o dia raiou mais cedo (7.8)

Ahmedou Ahmed Lowla – Terrouzi (7.8)

Mavis Staples – We Get By (7.8)

Numenorean – Adore (7.8)

Felinto – Devs T Lovwe (7.8)

Tool – Fear Inoculum (7.8)

Have a Nice Life – Sea of Worry (7.8)

Ultrademon – Chamber Music (7.8)

Virgin Tears – The Beauty of Broken People (7.8)

El Toro Fuerte – Nossos amigos e os lugares que visitamos (7.8)

KOAN Sound – Intervals Above (7.8)

William Fitzsimmons – In the Light: Mission Bell Alternative Versions (7.8)

Cloud Rat – Do Not Let Me Off the Cliff (7.7)

AURORA – A Different Kind Of Human (Step 2) (7.7)

Dealer – Soul Burn (7.7)

Jovi – God Don Kam (7.7)

100 Gecs – 1000 Gecs (7.7)

Lucy Rose – No Words Left (7.7)

Fawn Limbs – Harm Remissions (7.7)

Susurrous – Sunshine Recorder (7.7)

Sadness – Circle of Veins (7.7)

Lana Del Rey – Norman Fucking Rockwell! (7.7)

Hannah Diamond – Reflections (7.7)

sleepland – Out of Hue (7.7)

Big Thief – Two Hands (7.7)

Philosophy no Dance – Excelsior (7.7)

Gold – Why Aren’t You Laughing? (7.7)

Death Tour – Blood Pact (7.7)

Ziminino – Ziminino (7.7)

Zenobia – Zenobia (7.7)

black midi – Schlagenheim (7.7)

Quatuor Modigliani – Portraits (7.7)

The Saxophones – Singing Desperately Suite (7.7)

Abdel Rahman el Bacha – Suites (7.7)

Døves & Fish Narc – Glass (7.7)

Rakta – Falha comum (7.6)

Ferla – It’s Personal (7.6)

Suiyoubi no Campanella & Oorutaichi – Yakushima Treasure (7.6)

Carvist – Breathe (7.6)

Jamila Woods – Legacy! Legacy! (7.6)

Adriana Calcanhotto – Margem (7.6)

Keiji Haino & Charles Hayward – A Loss Permitted to Open Its Eyes for But Three Hours and There Glimpsed, Finally in Focus a Mystery That Begs Earnestly, “Ask Me Nothing” Now, Once More the Problem Is Yours Alone (7.6)

Holly Herndon – PROTO (7.5)

Trio Quintessência – A quintessência da música (7.5)

Wristmeetrazor – Misery Never Forgets (7.5)

SOPHIE – Mannequin (7.5)

James Blake – Assume Form (7.5)

Periphery – IV: Hail Stan (7.5)

Haywyre – Panorama: Form (7.5)

CloudNone – Midnight Underground (7.5)

Uboa – The Psychoses (7.5)

Lim Kim – Generasian (7.5)

Qual – Cyber Care (7.5)

Koufar – 1(7)8(7)6(7)0 (7.5)

Alex Vargas – SuperEGO (7.5)

Mirsy – Permanent for Now (7.5)

Stéphane de Carvalho – Cathédrales (7.5)

Ella Vos – Watch & Wait (7.5)

Francesco Di Cristofaro – Vardapet Komitas: Piano Works 1906-1911 (7.5)

Weyes Blood – Titanic Rising (7.5)

The Comet Is Coming – Trust in the Lifeforce of the Deep Mystery (7.5)

Kanye West – Sunday Service at the Mountain (7.5)

Évelyne Brochu – Objets perdus (7.5)

The Claypool Lennon Delirium – South of Reality (7.5)

Yung Buda – True Religion (7.5)

Marina Iris – Voz bandeira (7.5)

ROME – Käferzeit (7.5)

Lil Peep – Wavy Baby (7.5)

Ricercar Consort / Philippe Pierlot – Membra Jesu Nostri (7.5)

Elza Soares – Planeta fome (7.5)

TERRO DOS PROIBIDÕES – == Sequência vai morrer polícia e BOPE ((terror do Bozonaro)) relembrando as brabas do CV (7.5)

Cigarettes After Sex – Cry (7.5)

Bill Callahan – Shepherd in a Sheepskin Vest – Side 1 (7.5)

Chess at Breakfast – Wealthcare (7.5)

Big Thief – U.F.O.F. (7.5)

Trent Reznor & Atticus Ross – Bird Box (7.5)

Street Sects – Gentrification III: Death and Displacement (7.5)

Leif – Loom Dream (7.5)

Robert Rich – Tactile Ground (7.5)

Death Cab for Cutie – The Blue (7.5)

Eraserhead Fuckers – Let’s Kill the President (7.5)

Ottawa Bach Choir / Lisette Canton / Daniel Taylor / Ensemble Caprice – Dixit Dominus; Motets (7.5)

Street Sects – Gentrification IV: Suspended from Gallery Rails (7.5)

Duo Veredas – Mosaico (7.5)

Arthur Endo – Narrativas de um Brasil (7.5)

Arash Ahmadi – Melancholies & Joys (7.5)

DJ Healer – Lostsongs Vol. 2 (7.5)

Mineral – One Day When We Are Young (7.5)

YMA – Par de olhos (7.4)

Saskia – Pq (7.4)

Sigur Rós – Variations on Darkness (7.4)

Leprous – Pitfalls (7.3)

Jónsi & Alex – Lost and Found (7.3)

FKA twigs – Magdalene (7.3)

This Gift Is a Curse – A Throne of Ash (7.3)

ROME – The Dublin Session (7.3)

The Appleseed Cast – The Fleeting Light of Impermanence (7.3)

Sungazer – Sungazer Vol. II (7.3)

Still_bloom – Melancholia (7.1)

Labirinto – Divino afflante spiritu (7.0)

CSMNT FNTSM – Amanhã vai ser pior (7.0)

t e l e p a t h テレパシー能力者 & 猫 シ Corp. – Building a Better World (7.0)

Unknown Instructors – Unwilling to Explain (7.0)

Bill Callahan – Shepherd in a Sheepskin Vest – Side 2 (7.0)

Weyes Blood – Rough Trade Session (7.0)

Pablo Vieira – Missão (7.0)

Portrayal of Guilt – Suffering Is a Gift (6.9)

Cate Le Bon – Reward (6.9)

Liniker e os Caramelows – Goela abaixo (6.9)

ALTARAGE – The Approaching Roar (6.9)

AngelMaker – AngelMaker (6.9)

Willow – Willow (6.9)

I Killed Everyone – Lamenting Hymns (6.9)

Brittany Howard – Jaime (6.9)

Moodymann – Sinner (6.9)

Nilüfer Yanya – Miss Universe (6.9)

Thiago Pethit – Mal dos trópicos (Queda e ascensão de Orfeu da Consolação) (6.9)

Gabi Farias – Vazante (6.9)

Kovtun – Urucum (6.9)

Deafkids – Metaprogramação (6.9)

Chico César – O amor é um ato revolucionário (6.9)

Jaxxon D. Silva – Open to Closure (6.9)

Takafumi Matsubara – Strange, Beautiful and Fast (6.9)

(Sandy) Alex G – House of Sugar (6.9)

Angel Olsen – All Mirrors (6.9)

Chained to the Bottom of the Ocean – Tell Me What You See Vanishing and I Will Tell You Who You Are (6.9)

Lindstrøm – On a Clear Day I Can See You Forever (6.9)

Bárbara Eugênia – Tuda (6.9)

Zventa Sventana – Мужа дома нету (6.9)

Jak Progresso & Twist L’s – Earwig (6.9)

The Gloaming – The Gloaming 3 (6.9)

Jessica Pratt – Quiet Signs (6.9)

Whitehorse & The Body – Whitehorse & The Body (6.9)

Black Jesus – Malevolence Rising (6.9)

Meszaroth – Caro data vermibus (6.9)

I Set My Friends on Fire & Lil Lotus – Online Now! (6.9)

Axebreaker – Brutality in Stone (6.9)

Victims of Contagion – Lamentations of the Flesh Bound (6.9)

Altin Gün – Gece (6.9)

Culk – Culk (6.9)

Julio Secchin – Festa de adeus (6.9)

RAP – Export (6.9)

GFOTY – If You Think I’m a Bitch You Should Meet GFOTY (6.9)

Celer – Xièxie (6.9)

Víkingur Ólafsson – Bach Reworks / Part 2 (6.9)

Voyage Futur – Secret Earth (6.9)

Ex Confusion – I Remember When (6.9)

Alienpovo – Rör (6.9)

Yerin Baek – Our Love Is Great (6.9)

Mortality Rate – You Were the Gasoline (6.9)

The Chain Gang of 1974 – Pollen (6.9)

Renzo Montalbano – Potente (6.9)

Lone – Not Seeing Is a Flower (6.9)

Abyss Above – Doombound (6.9)

Burna Boy – African Giant (6.9)

Florist – Emily Alone (6.9)

The Humble Bee & offthesky – All Other Voices Gone, Only Yours Remains (6.9)

Bill Callahan – Shepherd in a Sheepskin Vest – Side 3 (6.9)

Kovtun – DEATH (6.9)

Dan Stump – Tudo o que eu penso são palavras perdidas que tento organizar (6.9)

The Korean People’s Army Merited Chorus – Juche (6.9)

Michael Giacchino / RTÉ National Symphony Orchestra – We Have to Go Back: The Lost Concert (6.9)

Blame God – Power and Control (6.9)

Ana Roxanne – ~​~​~ (6.9)

The Austerity Program – Bible Songs 1 (6.9)

Chromatics – The Sound of Silence (6.9)

Duckwrth – The Falling Man (6.9)

Alumiário – Herança dos sonhos perdidos (6.9)

Grim – Lunatic House (6.9)

Obscuring Veil – Fleshvoid to Naught (6.9)

Dillon – When Breathing Feels Like Drowning (6.9)

Låpsley – These Elements (6.9)

The Irrepressibles – This Time I’ll Let Go of Fear (6.9)

Cadu Tenório – Isekai<blue Thirty-four> (6.9)

Paulinho Nogueira – 1972 – Ao vivo (6.9)

Quantum Zoology – II: The Following (6.9)

Astma – Ghosts (6.9)

Paal Nilssen-Love, Felipe Zenicola, Frode Gjerstad, Kiko Dinucci & Paulinho Bicolor – New Brazilian Funk (6.9)

D.O.M. – Destruindo nossas origens (6.9)

Yung Buda – Músicas para drift, vol. II (6.9)

The Vomit Arsonist – That Which Has Been Forgotten (6.9)

Moor Mother – Analog Fluids of Sonic Black Holes (6.9)

Apink – Percent (6.9)

Buerak – Готика (6.9)

ROME – Le ceneri di Heliodoro (6.9)

Polo G – Die a Legend (6.8)

Earl Sweatshirt – Feet of Clay (6.8)

Blood Incantation – Hidden History of the Human Race (6.8)

Cafuzos do Lundú – Camaleão (6.8)

Jenny Hval – The Practice of Love (6.8)

Lil Kava & Lil Kpin – Distorted Reality (6.8)

MoneyBagg Yo – 43va Heartless (6.8)

William Basinski – On Time Out of Time (6.8)

Hesitation Wounds – Chicanery (6.8)

Date My Recovery – Posthuman (6.8)

JH1.FS3 – Trials and Tribulations (6.8)

Diva Sweetly – In the Living Room (6.8)

The Proper Ornaments – 6 Lenins (6.8)

Deerhunter – Why Hasn’t Everything Already Disappeared? (6.8)

bod [包家巷] – Prelude to Music for Self Esteem (6.8)

Kero Kero Bonito – Civilisation I (6.8)

Dônica – No Estúdio MangoLab (6.8)

Oso Oso – Basking in the Glow (6.8)

With Locusts and Liars – Young Death (6.8)

Yanga – Libérate, volumen 1 & 2 (6.8)

Mariana Aydar – Veia nordestina I (6.8)

Diogo Nogueira – Meu instinto (6.8)

Moondog – The Stockholm 1981 Recordings (6.8)

Lil Texas – Texcore (6.8)

Fluids – Bagged & Tagged (6.8)

Shura – Forevher (6.7)

Abdu Ali – Fiyah!!! (6.7)

Blarf – Cease & Desist (6.7)

nothing,nowhere. & Travis Barker – Bloodlust (6.7)

Siamese – Super Human (6.7)

Mão Ún1ca – Sirva-se (6.7)

Sharon Van Etten – Remind Me Tomorrow (6.7)

Grencsó Collective Special 5 With Ken Vandermark – Do Not Slam the Door! (6.7)

Ana Frango Elétrico – Little Electric Chicken Heart (6.7)

BONES – IFeelLikeDirt (6.7)

I Declare War – Downcast (6.7)

Bobby Krlic – Midsommar (6.7)

Felipe Cordeiro – Transpyra (6.7)

surrenderdorothy – julyrent (6.7)

FLESHLICKER – Video for Pleasure (6.7)

Cadu Tenório – Corrupted Data孤独死 (6.7)

Nick Cave and The Bad Seeds – Ghosteen (6.7)

Batushka – Panihida (6.7)

Tantão e Os Fita – Drama (6.7)

Constantina – Atrópico (6.7)

Corciolli – Imaginary Brazil (6.7)

MIKE – Tears of Joy (6.7)

Flatsound – Somewhere in the Distance, Somewhere Toward the Mountains (6.7)

Fennesz – Agora (6.7)

Passéisme – Chant for Parade (6.7)

Volahn – El tigre del sur (6.7)

George Orwell the Musical – 2084 (6.7)

Tulipa Ruiz – Tulipa Donato (6.7)

Madame Gandhi – Visions (6.7)

Haram – Where Were You on 9​/​11​? (6.7)

TIKA – Nós (6.7)

Tigran Hamasyan – They Say Nothing Stays the Same (6.7)

Chuquimamani-Condori – Quirquincho Medicine (6.7)

2814 – Lost Fragments (6.7)

Secondgradeknifefight – Secondgradeknifefight pg3 (6.7)

Nelson Faria convida Ed Motta – Um café lá em casa (6.7)

Daniel Spaleniak – Burning Sea (6.6)

Mannequin Pussy – Patience (6.5)

Niño de Elche – Colombiana (6.5)

Ghostemane – Fear Network (6.5)

Bon Iver – i,i (6.5)

Raw Hex – Always High, Always Low (6.5)

Purple Mountains – Purple Mountains (6.5)

Fawn Limbs – Their Holes Aroused by the Splinters Carved From Their Teeth (6.5)

Burn Victim – Panic (6.5)

A Real Echoey Approach – It’s Hard to Remember That Our Lives Are Such a Short Time; It’s Hard to Remember That Our Lives Are Such a Long Time (6.5)

Saleem Ashkar – Piano Sonatas Nos. 2, 10, 12, 13, 21 Waldstein, 24 & 31 (6.5)

Terror Cell Unit – Come and Test Christ (6.5)

Hozier – Wasteland, Baby! (6.5)

Closed In – One With Pain (6.5)

Fernando Motta & eliminadorzinho – Lapso (6.5)

Lupe de Lupe – Duas valsas (6.5)

Dor – Nulo.Lodo (6.5)

Karkait – Yekum // Kiyum (6.5)

Crimson Throne – The Resilience of Life & Death (6.5)

Necro – Pra tomar chá (6.5)

Kasper Marott – Forever Mix (6.5)

Podre – Podre (6.5)

Michel Temer Trio – Michel Temer Trio (6.5)

Nivhek – After Its Own Death / Walking in a Spiral Towards the House (6.5)

Geraldo Azevedo – É o frevo, é Brasil (6.5)

Mariana Aydar – Veia nordestina II (6.5)

Mariana Aydar – Veia nordestina III (6.5)

Steel Tube Room – FOSCO 6EQUJ5 (6.0)

Hozier – Dinner & Diatribes (6.0)

Weak Flesh – A Bird in Hand (6.0)

I Am a Lake of Burning Orchids – Coral, Bonedust (6.0)

Castello Branco – Sermão (6.0)

Kohinoorgasm – Chalo (6.0)

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EPs – Top 100

  1. lovelettertypewriter – Houses Built, Homes Destroyed (8.5)
  2. Uboa & Solus Varak – The Absolute (8.0)
  3. Mountain Man – Sings John Denver (8.0)
  4. Tanya Tagaq – Toothsayer (7.8)
  5. Virgin Tears – The Beauty of Broken People (7.8)
  6. KOAN Sound – Intervals Above (7.8)
  7. William Fitzsimmons – In the Light: Mission Bell Alternative Versions (7.8)
  8. Cloud Rat – Do Not Let Me Off the Cliff (7.7)
  9. Dealer – Soul Burn (7.7)
  10. Zenobia – Zenobia (7.7)
  11. The Saxophones – Singing Desperately Suite (7.7)
  12. Døves & Fish Narc – Glass (7.7)
  13. Suiyoubi no Campanella & Oorutaichi – Yakushima Treasure (7.6)
  14. Haywyre – Panorama: Form (7.5)
  15. CloudNone – Midnight Underground (7.5)
  16. Uboa – The Psychoses (7.5)
  17. Lim Kim – Generasian (7.5)
  18. Qual – Cyber Care (7.5)
  19. Koufar – 1(7)8(7)6(7)0 (7.5)
  20. Alex Vargas – SuperEGO (7.5)
  21. Mirsy – Permanent for Now (7.5)
  22. Ella Vos – Watch & Wait (7.5)
  23. Bill Callahan – Shepherd in a Sheepskin Vest – Side 1 (7.5)
  24. Street Sects – Gentrification III: Death and Displacement (7.5)
  25. Death Cab for Cutie – The Blue (7.5)
  26. Eraserhead Fuckers – Let’s Kill the President (7.5)
  27. Street Sects – Gentrification IV: Suspended from Gallery Rails (7.5)
  28. Mineral – One Day When We Are Young (7.5)
  29. Sungazer – Sungazer Vol. II (7.3)
  30. CSMNT FNTSM – Amanhã vai ser pior (7.0)
  31. Bill Callahan – Shepherd in a Sheepskin Vest – Side 2 (7.0)
  32. Weyes Blood – Rough Trade Session (7.0)
  33. Pablo Vieira – Missão (7.0)
  34. Portrayal of Guilt – Suffering Is a Gift (6.9)
  35. Chained to the Bottom of the Ocean – Tell Me What You See Vanishing and I Will Tell You Who You Are (6.9)
  36. Jak Progresso & Twist L’s – Earwig (6.9)
  37. Whitehorse & The Body – Whitehorse & The Body (6.9)
  38. Meszaroth – Caro data vermibus (6.9)
  39. I Set My Friends on Fire & Lil Lotus – Online Now! (6.9)
  40. GFOTY – If You Think I’m a Bitch You Should Meet GFOTY (6.9)
  41. Víkingur Ólafsson – Bach Reworks / Part 2 (6.9)
  42. Yerin Baek – Our Love Is Great (6.9)
  43. Mortality Rate – You Were the Gasoline (6.9)
  44. The Chain Gang of 1974 – Pollen (6.9)
  45. Lone – Not Seeing Is a Flower (6.9)
  46. Abyss Above – Doombound (6.9)
  47. Bill Callahan – Shepherd in a Sheepskin Vest – Side 3 (6.9)
  48. Gabi Farias – Vazante (6.9)
  49. Blame God – Power and Control (6.9)
  50. Ana Roxanne – ~​~​~ (6.9)
  51. The Austerity Program – Bible Songs 1 (6.9)
  52. Chromatics – The Sound of Silence (6.9)
  53. Duckwrth – The Falling Man (6.9)
  54. Alumiário – Herança dos sonhos perdidos (6.9)
  55. Dillon – When Breathing Feels Like Drowning (6.9)
  56. Låpsley – These Elements (6.9)
  57. The Irrepressibles – This Time I’ll Let Go of Fear (6.9)
  58. Paulinho Nogueira – 1972 – Ao vivo (6.9)
  59. Quantum Zoology – II: The Following (6.9)
  60. Astma – Ghosts (6.9)
  61. D.O.M. – Destruindo nossas origens (6.9)
  62. Apink – Percent (6.9)
  63. Buerak – Готика (6.9)
  64. Earl Sweatshirt – Feet of Clay (6.8)
  65. Lil Kava & Lil Kpin – Distorted Reality (6.8)
  66. bod [包家巷] – Prelude to Music for Self Esteem (6.8)
  67. Kero Kero Bonito – Civilisation I (6.8)
  68. Dônica – No Estúdio MangoLab (6.8)
  69. With Locusts and Liars – Young Death (6.8)
  70. Yanga – Libérate, volumen 1 & 2 (6.8)
  71. Mariana Aydar – Veia nordestina I (6.8)
  72. Diogo Nogueira – Meu instinto (6.8)
  73. Moondog – The Stockholm 1981 Recordings (6.8)
  74. Lil Texas – Texcore (6.8)
  75. Fluids – Bagged & Tagged (6.8)
  76. nothing,nowhere. & Travis Barker – Bloodlust (6.7)
  77. I Declare War – Downcast (6.7)
  78. Passéisme – Austerity Parade (6.7)
  79. Volahn – El tigre del sur (6.7)
  80. George Orwell the Musical – 2084 (6.7)
  81. Tulipa Ruiz – Tulipa Donato (6.7)
  82. Madame Gandhi – Visions (6.7)
  83. Haram – Where Were You on 9​/​11​? (6.7)
  84. TIKA – Nós (6.7)
  85. Secondgradeknifefight – Secondgradeknifefight pg3 (6.7)
  86. Nelson Faria convida Ed Motta – Um café lá em casa (6.7)
  87. Ghostemane – Fear Network (6.5)
  88. Fawn Limbs – Their Holes Aroused by the Splinters Carved From Their Teeth (6.5)
  89. Burn Victim – Panic (6.5)
  90. A Real Echoey Approach – It’s Hard to Remember That Our Lives Are Such a Short Time; It’s Hard to Remember That Our Lives Are Such a Long Time (6.5)
  91. Closed In – One With Pain (6.5)
  92. Fernando Motta & eliminadorzinho – Lapso (6.5)
  93. Lupe de Lupe – Duas valsas (6.5)
  94. Dor – Nulo.Lodo (6.5)
  95. Crimson Throne – The Resilience of Life & Death (6.5)
  96. Necro – Pra tomar chá (6.5)
  97. Kasper Marott – Forever Mix (6.5)
  98. Podre – Podre (6.5)
  99. Geraldo Azevedo – É o frevo, é Brasil (6.5)
  100. Mariana Aydar – Veia nordestina II (6.5)

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Menção honrosa

Mariana Aydar – Veia nordestina III (6.5)

Hozier – Dinner & Diatribes (6.0)

Kohinoorgasm – Chalo (6.0)

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